quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sensações de dentro

Outro dia atrás, me peguei pensando sobre a minha vida, tive uma conversa com um amigo que eu achava que tinha uma vida mais feliz que a minha, que tinha um namorado, que tinha amigos legais, que tinha objetos e pertences interessantes, basicamente uma vida fútil, algo que eu sempre quis ter pra me sentir "sou uma pessoa legal". E essa nossa conversa de repente, se transformou em uma conversa que eu jamais pensava que iria acontecer, meu amigo começou a contar da vida dele, dos acontecimentos que o rodeavam e que nada estava bem. Me senti estranho, por quase toda a conversa confesso que senti uma dose de pena daquele meu amigo, porque há tempos atrás, o ignorava por pura infantilidade. Parei pra prestar atenção em cada palavra que dele saia, comecei a perceber então que, na verdade, a vida dele estava um caos completo, comecei a entender o porquê de certas coisas. E, aquilo me fez refletir tanto que parei pra pensar na minha vida, comparada àquela outra do meu amigo.. Pensando bem, muitas vezes eu reclamei muito, e na verdade tudo foi em vão, desnecessário, não era capaz de enxergar que eu tinha uma família que me amou sempre pela pessoa, que de criança a adulto me tornei, lembrei nos momentos de lágrimas da minha mãe no início da minha jornada, e comecei a entender o porquê de tudo aquilo, entendi seu medo. Foi um back, me senti a pessoa mais fútil do mundo. Por um instante tive aquela raiva própria de mim. Pensei um pouco mais e refletindo novamente, vi que, eu nunca tive tantos amigos pessoalmente, nasci numa cidade do interior, quase inexistente, e amigos baladeiros foi sempre o que me faltou a ter.. Me via excluído dos momentos sociais entre os adolescentes "héteros", porque a quantidade de gays aqui sempre foi mínima, ou eu não me relacionava tanto com os que aqui tinha, me via sem amigo pra ter onde ir. Percebi que com essa nossa conversa, entre eu e meu amigo me fez bem, apesar de não estar nada bem com ele, mas senti que tudo na vida de cada pessoa existe um modo diferenciado de viver, um modo próprio de vida, percebi que talvez essa minha vida de não ter amigos pra "badalar" era o que realmente eu precisava, por dois motivos: um, porque sempre foi o maior medo da minha mãe, o maior medo que eu me entregasse a mais um mundo que eu pudesse afundar totalmente, e o outro, por mim mesmo, por perceber que realmente encontrei o caminho certo, e não pretendi ter amigos "baladeiros" a partir do momento em que me entreguei à vida de vestibulando. Percebi que tudo aquilo fazia parte de uma vida que não me pertencia, e tudo isso, esse mundo isolado que talvez eu acreditava que estava vivendo, era tão necessário quanto respirar. Bom, hoje com 19 anos, não sei dizer se realmente me conheço, pelas mudanças constantes de humor as vezes desconfio, por outro lado, sei o que realmente quero pra mim, e pro meu futuro principalmente. O que ainda me intriga é o pensamento do futuro, hoje estou vivendo uma vida "tensa" digamos, com relação ao estudo, não sei se, daqui alguns meses tudo vai realmente mudar ou permanecer no estado que sempre esteve. Tenho muita vontade de querer ser alguém na vida e me orgulhar por isso, poder provar pra todos que eu sou capaz, principalmente pra alguns professores do ensino médio que pelo olhar sentia que sempre duvidaram de mim. Claro que, não preciso provar pra ninguém do que eu sou capaz, mas acho que essa luta mesmo vem de dentro, porque o maior pensamento que nunca foge, é aquele de que um dia, eu estarei sozinho sem a presença dos meus pais, e precisarei de alguma forma sobreviver. Inconstantes pensamentos por outro lado que me deixam inquieto, a decisão do futuro, às vezes aquela sensação de estar confiando num estranho e pisando numa rocha sem ter a certeza de que estará firme, e aquela sensação de "será que tudo vai dar certo?" aquela precoce decisão de decidir o futuro com tão pouca idade. Enfim, as vezes vir aqui desabafar um pouco do que penso me faz bem, me faz perceber o que estou vivendo no momento, me livra dos pensamentos diários que sempre estão comigo.

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